Após cirurgia de mama, 20% das mulheres precisam de uma segunda operação
Como alguns cânceres são de difícil detecção, a cirurgia conservadora pode não ser suficiente para extrair todos os tumores
Câncer: 20% das mulheres que optam por uma tumorectomia precisam voltar à mesa de cirurgia (Thinkstock)
Uma em cada cinco mulheres com câncer de mama que optam por uma cirurgia conservadora em vez de uma mastectomia precisa de uma segunda operação, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista médica British Medical Journal.
O câncer de mama pode ser combatido com uma tumorectomia, cirurgia na qual se conserva a mama, ou com uma mastectomia, na qual há a extração de um ou dos dois seios. Metade das mulheres diagnosticadas na Inglaterra, país onde foi feita a pesquisa, opta pela primeira opção. Dessas, 20% necessitam passar pela sala de cirurgia em uma segunda oportunidade. No levantamento participaram 55.297 mulheres maiores de 16 anos que foram operadas pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido entre 2005 e 2008.
"A cirurgia conservadora, em combinação com radioterapia, oferece índices de sobrevivência similares aos da mastectomia", diz David Cromwell, pesquisador da London School of Hygiene and Tropical Medicine e coordenador do estudo. No entanto, uma vez que alguns tumores são difíceis de detectar, a cirurgia conservadora pode não ser suficiente, pelo que se torna necessária uma segunda operação para suprimir totalmente o tecido cancerígeno.
Entre as mulheres que necessitaram de uma segunda operação, 40% dos casos requereram uma mastectomia. O estudo também concluiu que as mulheres mais velhas têm menos chance de precisar de uma segunda cirurgia.
Dr. Antonio Wolff
O oncologista Antonio Wolff é especialista em câncer de mama. Está começando um projeto de pesquisa com 8.000 mulheres, que fará testes com dois remédios — trastuzumabe e lapatinibe. Os primeiros resultados deverão começar a aparecer em dois anos.
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Wolff é pesquisador da Universidade Johns Hopkins há doze anos. Ali, atende pacientes duas vezes por semana e estuda, faz pesquisas, dá palestras. Seu foco é no que pode ser feito para melhorar a vida do paciente.
fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/saude/apos-cirurgia-de-mama-20-das-mulheres-precisam-de-uma-segunda-operacao