terça-feira, 1 de maio de 2012

Ministério da Saúde vai investir R$ 505 milhões para ampliar acesso à radioterapia

19/04/2012 - Ministério da Saúde vai investir R$ 505 milhões para ampliar acesso à radioterapia

O Ministério da Saúde vai investir cerca de R$ 505 milhões na rede de unidades oncológicas do Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio foi feito na quarta-feira,18, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Os recursos vão ser aplicados em infraestrutura (R$ 325 milhões) e na compra de aceleradores lineares, equipamentos de alta tecnologia usados em radioterapia, além de outros acessórios (R$ 180 milhões).Serão adquiridos 80 aceleradores no período de cinco anos, o que vai expandir o acesso para mais 28.800 pacientes, anualmente.
Padilha destacou a importância do investimento em tecnologia na área oncológica. “A assistência aos pacientes de câncer é uma das prioridades do governo federal. Neste âmbito, são medidas essenciais a criação, a ampliação e a qualificação de hospitais habilitados em oncologia, em consonância com os vazios assistenciais, as demandas regionais de assistência oncológica e as necessidades tecnológicas do SUS”, declarou.

O secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, explicou que o investimento faz parte um plano mais amplo de fortalecimento das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer. “Foram priorizados os cânceres de mama e do colo do útero, buscando ampliar o acesso a exames preventivos e ao tratamento de lesões precursoras e iniciais. E a radioterapia é uma importante modalidade de tratamento desses dois tipos prioritários de câncer.”

Em 2012 são esperados 260 mil casos de câncer em mulheres – 27% de mama (52.680) e do colo do útero (17.540), respectivamente o segundo e o terceiro tipos de câncer que mais atingem a mulher brasileira.

As obras de infraestrutura e os equipamentos financiados pelo Ministério da Saúde serão destinados a ampliar tecnologicamente 32 unidades oncológicas que já oferecem radioterapia, e criar outros 48 serviços novos.

Atualmente, 135 dos 269 hospitais habilitados na alta complexidade em oncologia no SUS contam com serviços de radioterapia de diferentes portes, e, juntamente com outros 13 serviços que atuam fora de hospitais, correspondem a 75% de todos os serviços da área existentes no País. A compra dos equipamentos vai aumentar a capacidade de atendimento do SUS em 20%, alcançando quase 100% da demanda nacional.

Brasil terá fábrica de aceleradores lineares - Serão adquiridos pelo ministério 80 aceleradores lineares. A produção nacional só será possível com a futura instalação de uma fábrica de equipamentos de radioterapia no Brasil, negociada entre o governo brasileiro e uma empresa produtora.

A previsão é que a fábrica esteja em atividade em 2015. Sua atuação vai facilitar, ainda, a manutenção dos aceleradores lineares, que, atualmente, precisam ser enviados anualmente ao exterior para este fim.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha, disse que ter uma fábrica de aceleradores lineares no País vai facilitar a compra e a distribuição de mais unidades do produto futuramente, reduzindo a dependência do SUS de importações.

Transferência de tecnologia na produção de medicamentos - Sete laboratórios públicos e privados firmaram parceria de transferência de tecnologia para a produção nacional do medicamento mesilato de imatinibe, usado no tratamento de leucemia mieloide crônica. O acordo é mais uma das ações promovidas pelo governo federal no sentido de tornar o País autossuficiente em produtos essenciais à saúde da população.

O acordo prevê a transferência de tecnologia aos laboratórios públicos Farmanguinhos e Instituto Vital Brazil, que vão passar a produzir o medicamento a partir do segundo ano de execução do acordo, atingindo o pico de produtividade e autossuficiência em até quatro anos. Os laboratórios privados que vão transferir a tecnologia são Cristália, EMS, Laborvida, Globe Química e Alfa Rio, todos nacionais.

A produção nacional do mesilato de imatinibe vai beneficiar os mais de 7 mil brasileiros portadores de leucemia mieloide crônica – mais de 6 mil recebendo tratamento na rede pública. Esta iniciativa vai gerar uma economia de cerca de R$ 70 milhões/ano para o SUS – apenas em 2011, o MS gastou em torno de R$ 200 milhões com a compra deste produto. No varejo, um único comprimido pode custar de R$ 90 e R$ 370.

Redefac – Outra ação da área oncológica lançada pelo Ministério da Saúde, em outubro passado, é a Rede Nacional de Desenvolvimento e Inovação de Fármacos Anticâncer (Redefac), destinada a estimular a produção nacional de tecnologias terapêuticas inovadoras na área, diminuir a dependência do mercado externo e elevar a competitividade da indústria brasileira.

O MS inicialmente está investindo R$ 1 milhão para estruturar a rede, que vai ser administrada pelo INCA e composta por grupos de pesquisa e desenvolvimento ligados a instituições públicas brasileiras, tais como Fiocruz, BNDES, Laboratório Nacional de Biociências e Finep. O BNDES também analisa fazer um investimento adicional para esta fase de estruturação.
A iniciativa representa a entrada do Brasil na produção de tratamentos inovadores para o câncer, em especial os anticorpos monoclonais. O objetivo principal é facilitar o acesso da população ao que há de mais moderno em saúde, com o melhor custo-benefício.

Programa lançado para fortalecer indústria do setor Saúde - Também foi anunciado o lançamento do Programa de Investimento no Complexo Industrial da Saúde (Procis), que prevê medidas voltadas ao fortalecimento da indústria de medicamentos, insumos e equipamentos. Instituído oficialmente no último dia 22 de março pela Portaria 506, o programa vai investir R$ 2 bilhões em produção e desenvolvimento até 2014, sendo R$ 1 bilhão do governo federal e R$ 1 bilhão referente a contrapartidas de governo estaduais.

Só este ano, o MS investirá cerca de R$ 270 milhões em infraestrutura e qualificação de mão de obra de 18 laboratórios públicos – o valor é seis vezes maior do que o investimento médio nos últimos 12 anos (R$ 42 milhões). Entre 2000 e 2011, o investimento total do governo foi de R$ 512 milhões.

Serão ampliadas, ainda, as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), com transferência de tecnologia entre laboratórios privados e públicos. Deverão ser consolidadas, ainda este ano, nove novas PDPs, e, nos próximos quatro anos, outras 20.

Esses acordos abrangem a fabricação de produtos biológicos (para artrite reumatoide, doenças genéticas e oncológicos), medicamentos para as chamadas “doenças negligenciadas” (que geralmente atingem populações de países menos desenvolvidos e despertam pouco interesse da indústria farmacêutica) e equipamentos, principalmente na área de órteses e próteses.

As parcerias envolvem 37 laboratórios, 12 públicos e 25 privados nacionais e estrangeiros. A produção de sete medicamentos já começou.

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